Templo de Mercúrio
Templo de Mercúrio | |
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Possível imagem do templo numa moeda de Marco Aurélio. | |
Tipo | Templo |
Construção | 495 a.C. |
Promotor(a) | Marco Litório |
Geografia | |
País | Itália |
Cidade | Roma |
Localização | XI Região - Circo Máximo |
Coordenadas | 41° 53′ 04″ N, 12° 29′ 11″ L |
Geolocalização no mapa: Roma antiga | |
Localização em mapa dinâmico |
Templo de Mercúrio (em latim: Aedes Mercurii) era um templo da Roma Antiga dedicado ao deus Mercúrio que ficava na encosta setentrional do monte Aventino. Sua festa era celebrada nos idos de maio (dia 15)[1].
Localização
[editar | editar código-fonte]Não existe nenhum registro arqueológico deste templo. Das fontes é possível supor que ele ficava na encosta do Aventino, de frente para o Circo Máximo, perto de sua margem nordeste[2][3][4][5][6] (oposta ao Palatino).
História
[editar | editar código-fonte]Em 495 a.C., as tensões entre patrícios e plebeus se acirraram, o que acabaria culminando na primeira secessão da plebe no ano seguinte. Quando a construção do templo foi finalizada, ocorreu uma disputa também entre os dois cônsules, Ápio Cláudio Sabino Inregilense e Públio Servílio Prisco Estruto, sobre a questão de quem deveria ser dada a honra de dedicá-lo. O Senado delegou a decisão o Comício das cúrias e determinou que a pessoa escolhida teria também a função de presidir os mercados romanos, de fundar a corporação dos mercadores e exerceria ainda a função de pontífice máximo. Por causa da demora provocada pela disputa e com o objetivo de provocar os senadores e os cônsules (todos patrícios), o povo designou Marco Letório, o centurião primipilo para ter a honra de dedicar o templo de uma das duas legiões consulares (e um plebeu).
O Senado e os cônsules, especialmente o conservador Ápio Cláudio, se sentiram ultrajados pela decisão, o que só serviu para aumentar as tensões entres ordens[7]. Seja como for, o Templo de Mercúrio foi dedicado nos idos de maio de 495 a.C. por Marco Letório[8][9][a].
Como Mercúrio era o deus do comércio, a data de 15 de maio passou a ser o dia da festa dos mercadores e comerciantes[10][11][12][13]. É possível que o templo tenha sido dedicado também à deusa Maia, a mãe de Mercúrio[14][15][16][13].
Sabe-se que ele ainda existia no século IV[17], mas nada sobreviveu[18].
Imagens do templo
[editar | editar código-fonte]É possível que uma moeda cunhada durante o reinado de Marco Aurélio (r. 161-180)[19] tenha representada uma imagem do Templo de Mercúrio (vide imagem), com um pódio com três degraus sobre o qual estão quatro hermas segurando uma arquitrave; sobre esta pode-se ver um frontão curvo decorado com animais e outros atributos de Mercúrio, cuja estátua é visível entre as colunas. Se esta moeda de fato representa o Templo de Mercúrio, é possível que ela tenha sido cunhada por ocasião de uma restauração[20].
Notas
[editar | editar código-fonte]- ↑ Este Marco Letório é provavelmente o mesmo centurião que instituiu a Cura Annonae e o Collegium Mercatorum[6].
Referências
- ↑ Samuel Ball Platner (completato e rivisto da Thomas Ashby), A Topographical Dictionary of Ancient Rome, Oxford University Press, Londra, 1929.
- ↑ Ovídio, Fast., V.669
- ↑ Apuleio, Met. VI.8
- ↑ Not. Reg. XI; cf. Mirabilia 28;
- ↑ Jordanes, II.641
- ↑ a b Gabriele Cifani, Architettura romana arcaica: edilizia e società tra monarchia e repubblica, L'Erma di Bretschneider, Roma, 2008, ISBN 9788882654443, pag. 304.
- ↑ Lívio, Ab Urbe Condita II.27
- ↑ Lívio, Ab Urbe Condita II.21.7, 27.5‑6
- ↑ Valério Máximo, Nove Livros de Feitos e Dizeres Memoráveis IX.3.6.
- ↑ Lívio, Ab Urbe Condita II.21.7
- ↑ Ovídio, Fastos V.670; Fest. 148
- ↑ Marcial, Epigramas XII.67.1
- ↑ a b Fasti Caer. Tusc. Ven. Philoc. ad Id. Mai, CIL VI, 213, CIL VI, 216, CIL VI, 221, CIL VI, 264, CIL VI, 318; Fast. Ant. ap. NS 1921, 96
- ↑ Macróbio, Sat., I.12.19
- ↑ Lido, de mens., IV.52‑53
- ↑ Marcial, Epigramas VII.74.5
- ↑ Not. Reg., XI; Mirab., 28
- ↑ HJ 118‑119; Rosch. II.2802‑2804; Gilb. II.251‑253; WR 304‑305
- ↑ Cohen, Marc. Aur., 534; Baumeister, Denkmäler 14951; Rosch. II.2803
- ↑ SHA 1910, 7. A, 7‑9
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Platner, Samuel Ball (1929). A Topographical Dictionary of Ancient Rome. Aedes Mercurii (em inglês). Londres: Oxford University Press. p. 320